sábado, 6 de setembro de 2008

...de Amigo


Crio sonho em bolhas de fantasias
que evitam o escorrego no ilusório
canyon fictício de lisa areia
do triste saber pleno do que é vero

Cheio dos furacões e ventanias
de vácuos e silêncios dessa guerra
batalho eu mesmo comigo mesmo
a pensar no inusitado a espera

Atônito, suspendo a terça-feira
duvido do seu presente concreto
Questiono: será poesia demais?
Mas sei, não fantasio em excesso

Esqueço dos teus nobres sobrenomes,
embora os rastreie noite adentro
Atenho-me aos resquícios do sensível
segura nitidez da qual fiz centro

Uma imagem de teus quarenta e poucos
confusa em meio a um ar de adolescente
presente no instante em que um perfume
solapa um sentimento repousante

Nas terças a insistente ironia
de ser você quem é e eu quem sou
Penetra a sedutora agulha fina
desse seu róseo perfume, Cecília.

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